Sobre

Saiba mais sobre este projeto socioeducativo e cultural, que já contribuiu com centenas de pessoas na cidade de Altaneira-CE.

Nossa cidade

Altaneira-CE

Com área absoluta de 73,3 km2, Altaneira CE2 é um dos menores municípios do estado do Ceará e tornou-se independente politicamente em 18 de dezembro de 1958. possui uma população apenas de 7.479 habitantes, segundo estimativa do ano de 2017 (IPCE, 2017). Em relação à economia, por não possui indústrias ou grandes empresas, é fortemente dependente da agricultura familiar, da pecuária, do funcionalismo público e de projetos sociais do governo. O que mais existem na cidade são pequenos estabelecimentos comerciais, como padarias, lanchonetes, bares, autopeças, pequenas lojas de roupa e mercados, geralmente empreendimentos administrados por uma família. 

Outras atividades econômicas de impacto semelhantes são bem mais escassas: para ser mais exato existem duas lojas imobiliárias, três farmácias, duas academias, três locais com venda de materiais de construção, e uma seis oficinas onde se consertam motos e, algumas delas também carros. Porém, também possuem caráter familiar, sem potencial para empregar muitas pessoas. Dessa forma, um emprego de prefeitura é quase que exclusivamente a única oportunidade de renda para muitos dos habitantes da pequena cidade.

Primeiros passos

Como tudo começou

Este projeto social decorre originalmente da experiência de Carlos Alberto Tolovi, em São Paulo, em um trabalho social de luta por moradia na favela Água Branca, na região da Lapa, quando ele atuava como o seminarista e, posteriormente como padre. Mesmo depois que decidiu ir embora para o Nordeste e deixar o sacerdócio, Tolovi quis dar continuidade ao projeto social que estava habituado a realizada de uma forma um pouco diferente em um lugar muito carente do ponto de vista de atuação social. Ao chegar em Altaneira-CE – município distante, cerca de 501 Km da capital Fortaleza juntamente com a sua companheira e atualmente esposa, Miriam Almeida Rodrigues Tolovi, juntaram-se a um pequeno grupo de pessoas que já tinham costume de realizar celebrações e eventos culturais e que deram todo suporte necessário para a evolução do trabalho.


Inicialmente as articulações imobilizações começaram dentro da igreja matriz da pequena cidade de Altaneira-CE com a realização de celebrações de aulas de música, coral e teatro. Essas atividades ganharam a forma de um movimento social e logo surgiu o nome do Conselho comunitário que, depois de um ano, foi legalizado com o nome de Associação Raízes Culturais de Altaneira (ARCA). Em 2004, três anos depois da criação da Associação, nasceu também a Fundação Educativa e Cultural Arca (Fundação Arca).

 

Dessa forma, duas entidades sem fins lucrativos (Organizações da Sociedade Civil – OSCs) passaram a caminhar juntas na luta para melhorar a vida dos altaneirenses, denominadas conjuntamente de Projeto Arca. Uma das pessoas que mais contribuíram para a continuidade dos projetos desenvolvidos por essas duas OSCs é a professora Maria Lúcia de Lucena, que ajudou por meio de trabalhos voluntários desde a época do Conselho Comunitário.

 

A narrativa da trajetória do Projeto Arca remete a discussão sobre conceitos-chave que inspiram o trabalho e relacionam os movimentos sociais e as OSCs ao trabalho de transformação social que se dá pela via da mobilização coletiva, pelo questionamento da realidade de injustiças sociais e desigualdades que caracterizam a sociedade capitalista. Destaca-se ainda a importância da organização de comunidades e o exercício da Economia Solidária como forma de disseminar valores e práticas sustentáveis de convivência com a natureza e com o próprio ser humano, assim como estratégias de geração de oportunidades de trabalho e renda.

A importância de uma pessoa jurídica

O nascimento da Associação Raízes Culturais de Altaneira (ARCA)

A necessidade de criar uma entidade legalizada surgiu ainda no ano 2000. Embora na época o Conselho Comunitário já ser um grupo organizado e se reunir periodicamente, não tinham um Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ – para representá-los, o que dificultava a formação de parcerias, a obtenção de apoio financeiro e o desenvolvimento de projetos sociais. Dessa forma, aquelas pessoas mais envolvidas com questões burocráticas viram que era importante criar uma pessoa jurídica. Além disso, existiam à questão de o movimento está ficando personificado, em nome de pessoas físicas, e legalizá-lo poderia fortalecer o grupo. A Rádio Comunitária também pode ter contribuído para o desejo de institucionalizar o trabalho, pois, para implantá-la, primeiramente teria de existir uma entidade legalizada.

 

Primeiramente, pensou-se em reativar uma antiga associação com o nome de Associação Beneficente e Cultural de Altaneira – ABCA, fato que, inclusive, consta nos registros de ata do Conselho Comunitário.

 

Todavia, não foi possível reativar a ABCA por vários motivos: a Associação já estava muito tempo inativa, irregular, com várias pendências na Receita Federal e o Conselho Comunitário estava iniciando o novo trabalho no município. Além disso, era muito mais fácil e barato fundar uma nova identidade do quê reativar outra cheia de pendências burocráticas. Todavia, o estatuto da ABCA chegou a ser utilizado como referência para criar o estatuto da nova associação. Além da definição de um estatuto, outro passo necessário era a criação de uma sigla que se encaixasse com o grupo.

 

Neste processo, foi marcado uma reunião para acontecer com todos os membros do Conselho Comunitário, ao anoitecer, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Joaquim Rufino de Oliveira, com o propósito de encontrarem a sigla. Para agilizar, cada integrante do Conselho foi aconselhado a levar o nome como sugestão. Assim, quando chegou o dia da reunião, um pequeno grupo de seis a oito pessoas que estavam tendo dificuldade de encontrar o nome, decidiram se reunir à tarde na casa da família de Tolovi com o objetivo de escolher algumas siglas para reunião que iria acontecer à noite.


Na reunião que aconteceu à tarde, foram formadas mais ou menos três sugestões de siglas, entre elas estava Arca, que significaria Associação Raízes Culturais de Altaneira.


Dessa forma, a reunião da noite aconteceu somente para definir qual das siglas escolhidas melhor se encaixava como trabalho desenvolvido. A sigla aprovada pela maioria dos presentes foi “Arca”. Nessa mesma reunião, já foi marcada a assembleia para realização da próxima etapa do processo. Esse novo encontro aconteceu no dia 15 de maio de 2001 e teve como objetivo fundar a Associação, apresentando e definindo o seu Estatuto Social. As próximas etapas foram os registros no Cartório e na Receita Federal, que aconteceram ambas no dia 4 de junho de 2001. Assim nasceu a primeira entidade sem fins lucrativos denominada Associação Raízes Culturais de Altaneira – Arca.

Projetos socioeducativos e culturais

Os projetos da Fundação Educativa e Cultural Arca

Fundação Educativa e Cultural Arca (Fundação Arca) nasceu oficialmente em julho de 2004 com o apoio da Associação Raízes Culturais de Altaneira (Arca), que doou seu principal patrimônio físico, necessário para constituir legalmente a nova instituição sem fins lucrativos: os mais de 2 mil livros que faziam parte do acervo da Biblioteca Comunitária Arca da Leitura. Desde então, a Fundação Arca, por meio de suas atividades socioeducativas e culturais, como música, teatro, dança, aulas de informática, ações de incentivo à leitura e etc., vem lutando constantemente para melhorar a vida dos altaneirenses. Um esforço realizado por meio de trabalho voluntário e com algumas contribuições financeiras, em caráter de bolsas de ajuda de custo para os para os estudos, que são oferecidas graças ao apoio de parceiros muito importantes, como da Cejatel, Urca, Faculdade de Juazeiro do Norte – FJN e também de pessoas da sociedade civil.

 

Uma das conquistas mais importantes da instituição ao longo da sua história foi quando a Secretaria de Cultura do Estado do Ceará reconheceu o Projeto Arca como um dos mais de 240 pontos de cultura do estado. Esse reconhecimento aconteceu em julho de 2011 e foi fruto do resultado obtido por meio do II Edital da Seleção dos Pontos de Cultura. O edital previa a doação de um recurso de R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais), dividido em três parcelas de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), sendo essas três parcelas entregues tanto em forma de capital como de custeio. 

 

A Fundação Arca recebeu a primeira e a segunda parcela do recurso, sendo as duas divididas da seguinte forma: R$ 20.000,00 (vinte mil reais) de capital e R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) em custeio. Os projetos beneficiados com as duas primeiras parcelas foram o da Inclusão Digital e o da Música, respectivamente. No entanto, a terceira parcela, que iria beneficiar Biblioteca Comunitária Arca da Leitura, não saiu para nenhuma instituição participante desse edital. Assim, o projeto acabou se resumindo nas duas parcelas entregues, ou seja, em R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais).

 

De todos os dias da semana, o sábado é visto como o dia mais importante no Projeto Arca. É o dia em que todos os projetos se encontram. Aos sábados são realizados os momentos de formação, planejamento, avaliação e de experiência do trabalho em equipe. Isso vem acontecendo desde o ano de 2016, quando Tolovi terminou seu Doutorado na cidade de São Paulo – SP e passou a morar no município de Crato-CE, juntamente com a sua família. Antes de ir para o Doutorado, em 2013, a família Tolovi morou em Altaneira-CE durante 13 anos. Desde então, o sábado foi escolhido como melhor dia para ensaios da peça “Esperança do Sertão” e realização de outras atividades, inclusive a aula de campo contando com visitas de outras instituições educativas da região, principalmente turmas de universidades.

Objetivos de ambas instituições

Conclusão

A Fundação Arca procura trabalhar com a mesma filosofia da Associação, mas com um método diferente. Seu foco principal é o educativo e cultural. Enquanto Associação trabalha a dimensão mais prática, na organização coletiva junto aos agricultores do município, na luta deles pela sobrevivência, a Fundação toma essa luta como elemento de reflexão por meio das manifestações artísticas e culturais. A união das duas instituições pode ser compreendida como práxis: uma relação dialética de uma prática refletida teoricamente, para que essa teoria crítica se transforme em novas práticas, e assim por diante. Nesse contexto, a Fundação se identifica com a teoria freiriana, produzindo relação educativa a partir da inserção na realidade e do constante diálogo com os educandos, na perspectiva de que estes se tornem sujeitos e protagonistas de sua própria história, o que se pode definir como formas de emancipação e empoderamento.


Além disso, enquanto a Associação trabalha diretamente com agricultores e agricultoras, a Fundação atende os filhos e filhas. Em uma realidade social com histórico diretamente ligado ao campo, mesmo os que residem na cidade encontra na história de seus pais e avós as suas raízes e identidade. É o que a Fundação Arca procura fazer por meio da música, da poesia, de apresentações culturais que apontam para esta realidade, com o propósito de desvelar essa identidade. Nesse sentido, os coordenadores da Fundação entendem que o empoderamento é emancipação de uma criança, um adolescente, um jovem representa a transformação da realidade por meio da ação e do posicionamento desses sujeitos em sua comunidade e na sociedade. 

Saiba mais sobre nossa história

Todas as informações apresentadas acima, foram tiradas do livro Projeto Arca, “A solidariedade fortalecendo sonhos e esperanças em Altaneira-Ceará” escrito pelo Ricardo Vieira Silva, publicado pela Brasil Publishing no ano de 2020.

Nossa Equipe

Conheça a nossa equipe: dirigentes, coordenadores e educadores deste projeto social.

Carlos Alberto Tolovi

Presidente

É professor de Filosofia na Universidade Regional do Cariri – URCA – CE, lotado no Departamento de Ciências Sociais. É diretor presidente da Fundação Arca. Autor dos livros: “Mito, Religião e Política – Padre Cícero e Juazeiro do Norte” e “Moral e ética nas relações de poder”.

Mirian Almeida Tolovi

PROJETISTA

É Fisioterapeuta, formada pelo Centro Universitário Dr. Leão Sampaio, com Especialização em Acupuntura. Formada também em História pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, com Especialização em História e Sociologia. É Projetista da Fundação Educativa e Cultural ARCA.                    

Maria Lúcia de Lucena

TESOUREIRA

É professora Pedagoga. Presidente da ARCA – Associação Raízes Culturais de Altaneira. Diretora Administrativa da Fundação Educativa e Cultural Arca e Tesoureira da Associação  Beneficente de Altaneira – ABA, entidade mantenedora da Rádio Comunitária Altaneira FM.

Fábio Barbosa de Alencar

Coordenador Administrativo

É Técnico em Informática, Agente Cultural, Prescritor Homeopata, Marceneiro, Artesão, Projetista e Educador Social na Fundação Educativa e Cultural Arca. 

 

Silvan Mendes de Oliveira

Coordenador Técnico

É Formado em Sistemas de Informação pela UniJuazeiro – Centro Universitário de Juazeiro do Norte, Web Designer, Professor de Informática, Agente Cultural e Educador Social na Fundação Educativa e Cultural Arca.

José Armando Alencar

Coordenador de Atividades

É Educador e Instrutor Musical na Fundação Educativa e Cultural Arca e Radialista da Associação  Beneficente de Altaneira – ABA, Rádio Comunitária Altaneira FM.

 

Cicero Herlandio Ferreira

Professor de Musica

É Músico, professor de musica dos seguintes instrumentos: violão; teclado; acordeon; contra-baixo e ukulele. É Educador Social na Fundação Educativa e Cultural Arca.

Thamyres da Silva Rodrigues

PRofessora de Canto Coral

É Cantora, professora de Canto Coral, esta cursando História na Universidade Regional do Cariri – URCA e é Educadora Social na Fundação Educativa e Cultural Arca.          

Davi Pereira da Silva

Professor de Bateria

É Músico, Técnico em Agronegócio, faz parte da banda de forró Lucas Sampaio, é professor dos instrumentos Bateria e Percussão. É Educador Social na Fundação Educativa e Cultural Arca.

Daniel Pedro da Silva

Professor de Musica

É Músico, professor de musica dos seguintes instrumentos: violão; teclado e ukulele. É Educador Social na Fundação Educativa e Cultural Arca.

Nayane Teles de Lima

ATRIZ E
POETISA

É Técnica em Agronegócio, Locutora, Cantora, Atriz, Professora de Xadrez Infantil e Poetisa. É Voluntária na Fundação Educativa e Cultural Arca.      

José Ferreira da Silva

PRofessor de Bateria

É Músico, faz parte da Banda de Música Municipal de Altaneira, é Bateria. Faz parte da Sala de Xerox da Fundação Educativa e Cultural Arca.

Cristiano Vicente de Lima

Radialista

É Radialista da Associação  Beneficente de Altaneira – ABA, entidade mantenedora da Rádio Comunitária Altaneira FM.

Cicera Galdino da Silva

Costureira

É Bonequeira, Costureira e Cozinheira  da Fundação Educativa e Cultural Arca.  

  

Átila Siqueira Rosal

Bibliotecário

É Educador Social  da Fundação Educativa e Cultural Arca e está cursando História na Universidade Regional do Cariri – URCA.   

Empresas Parceiras

Conheça as empresas que contribuem com o nosso Projeto Social.